A Medicina do Estilo de Vida (MEV) é uma abordagem que se concentra na melhoria da saúde e na prevenção de doenças através da modificação do estilo de vida. No entanto, um desafio significativo permanece: como garantir que os pacientes adotem e mantenham essas mudanças recomendadas?
A resposta esta em um estudo que catalogou 93 técnicas de mudança de comportamento (Behavior Change Techniques – BCTs), oferecendo uma base sólida para intervenções mais eficazes.
Publicado no Annals of Behavioral Medicine, o estudo desenvolveu uma taxonomia extensa e consensual de 93 BCTs distintas, agrupadas em 16 categorias. Este trabalho representa um avanço significativo na especificação de intervenções, permitindo uma descrição precisa e específica dos componentes ativos das intervenções de mudança de comportamento.
A adesão dos pacientes às mudanças recomendadas no estilo de vida é notoriamente baixa, com estudos sugerindo que apenas 5-10% dos pacientes seguem as orientações médicas a longo prazo. Este fenômeno não se limita às mudanças de estilo de vida; a adesão à medicação também é um desafio, com taxas variando significativamente. Se os pacientes lutam para seguir regimes de medicação diretos, imagina o desafio de implementar mudanças de estilo de vida complexas sem um entendimento claro dos processos envolvidos.
O estudo das 93 BCTs oferece uma solução para este desafio, fornecendo um conjunto de técnicas baseadas em evidências que podem ser utilizadas para promover a adesão e sustentar a mudança de comportamento. Por exemplo, técnicas como auto-monitoramento, estabelecimento de metas e reforço positivo são apenas algumas das estratégias identificadas que têm mostrado aumentar a eficácia das intervenções de MEV.
A transição de simplesmente orientar os pacientes sobre a MEV para a utilização de intervenções validadas de mudança de comportamento Será um importante momento em sua prática clínica. Conhecendo e aplicando as 93 técnicas de mudança de comportamento catalogadas, os profissionais de saúde podem projetar intervenções mais eficazes que não apenas informam, mas também engajam os pacientes no processo de mudança, levando a melhores desfechos de saúde. Só conhecer essas técnicas não basta, é necessário a instrumentalização para utilizar a ciência da mudança nos momentos ideais com seus pacientes.
Comportamentos humanos são complexos. Ao adotar essas técnicas comprovadas, podemos melhorar significativamente a eficácia da Medicina do Estilo de Vida, transformando a orientação em ação e promovendo uma saúde duradoura e bem-estar para nossos pacientes.
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